[OPBX] 🏁 A corrida dos BFMs
Por Gabriel Pereira • Edição Nº56 • Ver na web
O que está acontecendo no mercado de PJ? Sem medo de errar podemos dizer que está super aquecido! Na edição de hoje te conto um pouco mais sobre isso!
Também temos a carta dos leitores, onde o Luigi traz mais informações sobre a EPOC, nossa última edição da newsletter.
Sugiro que você leia esse artigo online, porque ele acabou ficando um pouco maior do que eu imaginava, rs.
Grande abraço!
Carta dos Leitores - Edição EPOC
Na última semana falamos sobre o Encaminhamento de Propostas de Crédito, tema que ainda possui diversas questões em aberto e nem tantas referências quanto gostaríamos para estudar.
E como por aqui temos um espaço aberto para a comunidade, venho trazer na íntegra os comentários do Luigi Iervolino, Diretorar na BIP Brasil, que gentilmente quis colaborar dentro desse tema:
“O EPOC já existe hoje, de 2 formas: o cliente fazendo nos canais digitais como autoserviço (algum marketplace) de um correspondente digital de várias instituições financeiras e ele também pode fazer através de um corresponde físico onde uma pessoa intermedia.”
“O grande diferencial hoje do EPOC é padronizar como essas financeiras hoje se conectam no Marketplace.”
“O Correspondente Digital vai mostrar somente as financeiras que eles tem contrato. Se ele não tiver contrato, não é possível apresentar as ofertas.”
“O cliente vai selecionar as empresas que ele quer (e ele já faz isso hoje) e os dados que serão enviados são padronizados (o que já acontece nessa linha hoje).”
“Se algum desses bancos quiserem mais informações sobre esse cliente para avaliar o risco, ele segue o fluxo normal da fase 2. Não acontece dentro do correspondente.”
“A grande vantagem disso é que podemos incentivar a concorrência, ter um marketplace que consegue se plugar em mais financeiras de forma mais rápida/fácil.”
“O Banco Central não tem como obrigar o marketplace/correspondente digital, porque na prática eles não estão no Open Banking, não podem ser obrigados a implementar isso. Será opcional.”
“O correspondente físico poderá ter ofertas de outras financeiras e trazer os benefícios do marketplace para o ambiente físico.”
Achei legal demais a explicação de quem está mais por dentro do tema, me mostra um ponto de partida um pouco diferente do que estava imaginando, mas como evolução, ainda acredito muito nos modelos que havia trazido! Luigi está super convidado para um podcast e também estou trazendo outras pessoas no tema para dividir com a comunidade em mais profundidade!
Se você tiver comentários/sugestões sobre qualquer tema, estaremos sempre abertos para dar voz à vocês também pelas newsletters! Me envie uma mensagem!
A corrida dos BFM's
Review: O que é BFM
Quem me acompanha sabe que já comentei sobre Business Financial Management, que nada mais são do que uma solução de gestão para negócios. Sua diferença para um ERP não é totalmente clara, mas me parece muito atrelada ao porte/tamanho de empresas que são atendidas.
É verdade que existem hoje em dia “ERPs lights” que atendem empresas menores, mas de qualquer forma diferenciá-los não mudará nossa análise aqui.
Essas empresas sempre existiram no mercado mas agora com esse nome fancy estão mais populares e ganhando atenção e dinheiro por isso.
Principalmente depois que o Open Banking chegou ao Brasil e parece que tirou a timidez de grandes bancos a utilizarem o ‘screen scraping’ ou o open banking regulado, para agregar dados e de fato entregar uma gestão consolidada com todas informações da vida financeira dos clientes.
No ano passado, no primeiro relatório de impacto do Reino Unido, 33% das soluções de Open Banking disponíveis no mercado eram de agregação de dados (37/109) sendo que 16 delas eram para PJ. Praticamente 15% das soluções de Open Banking eram de BFM.
Se você ainda não tem claro o que pode ser um BFM, vou usar a Omie como exemplo.
Cenário Europeu:Faça você mesmo ou com o mercado. Mas faça!
O cenário na Europa é muito claro: todos grandes bancos oferecem algum tipo de agregação para PJ. Existem estratégias diferentes, mas todos tem ferramentas de gestão para seus clientes.
De 7 bancos que estudei, 6 tinham alguma oferta bem clara na página inicial de business banking.
No banco Loyds, a aposta é incorporar o canal do banco e trazer a gestão de empresa para dentro do seu bankline/app

Lloyds for Business

Feature destaca a agregação de informações de contas
Já o banco RBS fez uma parceria com o BFM Free Agent e oferta os serviços de agregação de forma gratuita para seus clientes:

Oferta no site do RBS

Destaque no site do Free Agent.
Open de verdade! Starling Bank possui conceito aberto e se conecta com uma infinidade de soluções em sua conta bancária.

O cliente se conecta com o que faz mais sentido para ele. Incluindo slack!
A RazorPay, empresa indiana, possui uma proposta de conta PJ 2.0 com diversas automações e ferramentas para facilitar o dia a dia de seus clientes. Uma dessas ferramentas é a conexão com diversos outros players com oa Intuit.
Vale muito conhecer a solução deles!

Proposta da conta digital pj 2.0

Facilidade para se conectar em qual player lhe atender melhor.
Referência em BFM - Xero Accounting Software
Esse time aqui é muito legal! Saca só algumas funções que eles possuem para seus clientes:
Pagamentos & Recebimentos
Conexões com diversos bancos
Organização de projetos
Gestão de despesas
Conciliação bancária
Gestão de contatos / CRM
Digitalização de documentos
Reports financeiros
Gestão de estoque
Enviod e cobranças
Gestão multi moeda
Ordem de compras
Gestão de orçamentos
Gestão de impostos
Dashboard de contabilidade

Sem dúvida essa é uma referência muito boa deste mercado e que mostra o quão longe pode-se ir para ajudar o dia a dia do empreendedor. A estratégia deles é criar um lugar onde o cliente possa gastar boa parte do seu dia sem precisar ir para telas de bancos ou outras do tipo.
E quando os bancos apresentam a integração como uma proposta de valor, eles já estão assumindo que faz sentido seus serviços PJ estarem ‘embedados’ nessas jornadas e não tentar encaixotá-los em seu bankline.
No Brasil já temos muita gente olhando gestão de empresas:
Diversas empresas tem se posicionado dessa forma e com a facilitação do acesso aos dados pelo Open Banking, a expectativa é que aumente ainda mais essa arena competitiva.
Os softwares de gestão brasileiros se beneficiarão muito do Open Banking. Hoje o processo para compartilhar dados não é trivial e tem muita fricção:
Hoje a OMIE possui estas integrações em sua plataforma. Onde o usuário precisa digitar seu usário e senha para funcionar.
Por vezes é necessário criar um usuário PJ só para isso.

O Conta Azul também segue a mesma linha de conexão e tem essa dor para avançar em mais bancos PJ. O que poderá ser facilitado com o Open Banking.

E eis aqui um exemplo da Contabilizei ensinando o usuário a criar um usuário específico para compartilhar dados do Bradesco com eles:

As ofertas de BFM hoje em grandes bancos hoje possuem um MIX de canal próprio + parceiros
Ainda não encontrei ninguém na linha do Starling (e outros ingleses) ou da RazorPay que apresenta em quais softwares de gestão eles estão abertos para conexão.
Mas temos exemplos de parcerias:
E também de modelos ‘in house’ (ou white-label):
Um player que tem aparecido bastante na mídia é a Celero, que recentemente lançou uma solução com a Visa para gestão financeira empresarial.
Hoje possuem essa oferta de ter um BFM preparado para o Open Banking Brasileiro e que poderá facilitar a vida de muita gente que quiser seguir por esse caminho de ‘in house’/white-label.

🔥 Nos últimos meses a coisa esquentou
Olha só como as soluções para a PJ estão virando uma trend. Tem um pouco de tudo: BFM comprando banco (para embedar as soluções na jornada), BFM fazendo parceria com grandes bancos, aportes para tudo que é lado…
14/06/2021 - Itaú prepara sua ‘artilharia’ para cercar PMEs. Anúncio da parceria com a OMIE “Itaú Meu Negócio”.
03/08/2021 - Startup Omie levanta R$ 580 milhões em rodada liderada pelo SoftBank
17/11/2021 - Omie compra Linker (Banco PJ) por R$120 milhões e amplia serviços financeiros.
22/12/2021 - Conta Azul compra Swipe e quer fazer do ERP o novo internet banking
10/03/2022 - Contabilizei capta R$320 milhões para ampliar serviços
23/03/2022 - Conta Azul: os bastidores do sistema de gestão que faturou mais de R$100 milhões no último ano
24/03/2022 - A estratégia da fintech note-americana Intuit (QuickBooks / BFM) para crescer no Brasil
31/03/2022 - A Omie dispara seu arsenal na disputa das techfins pelas PMEs
12/04/2022 - Itaú e TOVs fazem joint-venture em acordo de mais de R$1 bilhão
Qual será o próximo passo?
Imagino que ainda acontecerão mais movimentos de consolidação de BFMs e também de aquisições de bancos digitais ou BaaS para dar uma ‘vida’ aos sistemas de gestão com habilidades financeiras (pagamentos, conta, empréstimos etc) e isso manterá o mercado aquecido.
Ainda gostaria de ver (mas não acho provável) players se posicionando de maneira mais agnóstica e mais aberta, como os casos que mostrei do Reino Unido e como eles se conectam a vários players, que podem atender diferentes tipos de clientes.
O que vocês acham que acontecerá em seguida? Aguardamos os próximos capítulos!
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Curadoria cuidadosa de Gabriel Pereira via Revue.